quinta-feira, novembro 07, 2013

RAID AVENTURA AZEMÉIS - NO TRÓPICO DO MOSQUITO


Depois do "estoiro" na penúltima etapa ( canoagem na Ria de Aveiro) e sabendo que não poderíamos realizar a seguinte ( um BTT em linha com mapa de orientação), finalmente a fotografia da "equipa". Da esquerda para a direita, Jorge Baltazar, Zé Carlos, Zé Neves e António Neves. Falta a Carolina, autora da foto e excelente "assistente".

Não sei se este será o dia em que estou mais inspirado para escrever sobre Corridas de Aventura ou o que quer que seja, talvez não seja, deve ser do dia cinzento de Outono que me contagiou de melancolia ( pior, de nostalgia). No entanto, para que o tempo não encurte a memória imediata, deixo aqui algumas linhas sobre o que foi o meu "regresso" à aventura no Raid Aventura Azémeis, também Campeonato Ibérico da modalidade. Digo "regresso" porque a "regularidade" nestes últimos três anos foi a de "meia prova" por época, o que significa que houve anos de "zero", outros ao "pé coxinho" - fazendo apenas algumas etapas menos exigentes -  e outros ainda, assistindo ou estando na organização. Não foi o caso desta, em que, com muita saudade do formato e do desafio que acarreta, confesso, fizemos a prova no escalão de "elite", ainda por cima em "campeonato" ( ibérico), o que significa que os elementos estão "non-stop" em prova, ou seja, no conjunto dos dois dias, tivemos 18 horas de duro e exigente exercício físico ( aproximadamente 13 horas no primeiro dia e 5 horas no segundo).
Começo pela evidências: não tinha treinado para aquilo, apesar de ter feito uma ultramaratona de montanha 15 dias antes. A "sorte" foi a de que os restantes elementos da equipa estavam nas mesmas condições e por isso não sofremos muito ( só um bocadinho:-). Outra evidência, mas constatada no terreno, é que esta prova, apesar da boa organização, tinha mapas complexos e nem sempre em zonas que deslumbrassem ( falo por mim que não sou o orientador da equipa, apenas apreciador de paisagens concretas): redes de caminhos semi-urbanos confusos de traduzir no mapa, os de floresta, retalhados pela sivicultura, actividade intensa da zona, pejados de restos de matéria florestal e de "falsos caminhos", desactualizações que foram apenas corrigidas pela fotografia do terreno e não no terreno, o que levou a algumas incorrecções e ainda outras pequenas incongruências ( como foi o caso da explicação da etapa de canoagem, relativamente às marés e "desenho" da ria), deixaram-me um pouco "desencantado" ( eu que desejava a Serra da Freita como cenário para a prova).
Outro aspecto que marcou a prova, foi a insistente chuva durante todo o primeiro dia que nos ensopou até aos ossos, fazendo esgotar o stock da roupa seca. Isto já para não falar das nuvens de mosquitos que nos devoravam cada vez que fazíamos uma paragem, parecia que estávamos a competir numa floresta tropical! 

As etapas propriamente ditas, foram a versão do costume: pedestres "entremeadas" com BTT´s e outras pequenas "nuances" que não chegaram para deslumbrar ( a escalada, o slide, o tiro com arco). A canoagem seria o "desenjoar", até porque somos habitualmente fortes na disciplina, mas azar o nosso, deu-nos apenas para a "azia", pois foi a etapa em que rebentámos, como refiro na legenda da fotografia acima.
Poupo-vos aos pormenores ( caros leitores :-), mas repito para que não sobre equívocos, a prova foi muito bem organizada, sobretudo por pessoas que sabem da "poda". Infelizmente não me "encheu as medidas", talvez pelo excesso de expectativa ou pela falta de treino para andar a "sério" o resto são pevides, ninguém é perfeito e para os romanos e gregos, nem os deuses o eram.

Bem... e a próxima não sei quando é que é. Ao ritmo que a crise devora o nosso dinheiro e o das organizações e clubes, será difícil regressar tão cedo. Outra consequência, de certa forma ligada a estas últimas, é encontrar pessoas motivadas e dispostas a gastar tempo e dinheiro para apanhar uma valente tareia durante um fim de semana, estragar ( e comprar) material caro e não se encantar com a paisagem, como foi o meu caso. Mas uma coisa afirmarei sempre, eu que até já fiz um pouco de tudo, as CORRIDAS DE AVENTURA SÃO A MODALIDADE MAIS FASCINANTE/DESAFIANTE DO UNIVERSO!

Abraços

PS - Desculpem-me os desacertos.

Sem comentários:

À VOLTA DO SANTIS ( PARTE I)

Como o planeado saí de Konstanz para passar uns dias com um amigo nos arredores do cantão suiço de Sankt Gallen. Não tinha...