quarta-feira, junho 19, 2013

DESISTIR?! NUNCA!


Mais de seis anos separam esta imagem tirada por mim dentro de um moinho na Serra do Louro ( entretanto recuperado). Anos de muitas aventuras e desventuras, altos e baixos ( não é assim a vida?!). 
Recordo-me bem desta caminhada a solo pela Arrábida ( como eu amo esta Serra!) e de outras então. Recuperava por estes dias de uma grave lesão nos dois joelhos provocada por, após um longo período de paragem, ter voltado a treinar e logo com afinco, para uma emblemática prova que havia sido reeditada em 2005: a Ultra Maratona Melides Tróia ( que desde então não mais foi interrompida). O tal "tempo perdido" tentei resgatá-lo à pressa e logo nos areais da Fonte da Telha, Apostiça e Lagoa de Albufeira, cenário "ideal" para treinos longos acima dos 20km. O resultado ficou à vista, sem um adequado reforço muscular e articular, capacidade cardiorespiratória, os treinos intensos na areia deixaram-me ao fim de dois meses com dores nos joelhos, que de "moinhas" (  ignoradas ao inicio) passaram muito rapidamente a "insuportáveis". O diagnóstico no Hospital Militar não tardou: "condromalácia patelar" ( nome pomposo como esternocleidomastoideu). A recuperação essa, adivinhava-se longa, penosa e na voz de clínicos mais cépticos, talvez impossível. 
Após o desalento inicial, não desisti. Disciplinei-me interiormente para tornar o suposto "impossível" em "possível" ( bolas, falta-me agora essa determinação) e por isso cumpri "à risca" a fisioterapia com reforço muscular, medicação, uma boa alimentação, nadei para não perder massa muscular e mais tarde, quando  os meus joelhos já não estavam presos por arames, marchei, na Arrábida, na Mata da Machada, na Serra de Sintra e no "local do crime", as bonitas arribas da Fonte da Telha! Retiro por isso uma palavra do cardápio da psicologia que pode (passo a redundância) explicar o que se passou: motivação! Intrínseca, ao focar o pensamento na realidade, no essencial ( e não no acessório), no lado positivo da experiência presente, nos ganhos desta no passado e na garantia dos seus efeitos futuros e também extrínseca, vinda de amigos, companheiros da corrida e familiares, apoio este, tão decisivo como o autoregulado.  Isso foi suficiente para voltar a ser o "corredor" que sempre fui ( apesar das interrupções mais ou menos longas ao longo da vida, algumas com consequências irrecuperáveis para a saúde) no apologista do desporto que sempre serei ( mesmo no dia em que não possa ser praticante).
Seis anos passaram após este ( entre muitos) êxtase arrabidino! Talvez, como no passado, tenha de reformular alguns valores, atitudes, entendimentos... Como costumo dizer, "baralhar e dar de novo"! No fundo, já fiz tanto e tão diverso, sempre com a mesma paixão de estar na vida pela descoberta, pelo prazer da superação dos tais "limites" ( ilimitados digo eu), pelo convívio e respeito pela diferença que serei mais uma vez capaz, sim. Desistir?! Nunca!








1 comentário:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

De tudo que nos faz sentir bem, de tudo o que nos torna verdadeiramente vivos e felizes...desisir nunca! (mesmo que essas coisas...que nos fazem sentir bem, nos tornam verdadeiramente vivos e felizes) se alterem ao longo da vida, pois por certo assim será, mas...isto é como o Amor: enquanto dura, é eterno! Por isso, de tudo o que amamos - hoje - desistir "nunca" :)

Beijinho Zen!

À VOLTA DO SANTIS ( PARTE I)

Como o planeado saí de Konstanz para passar uns dias com um amigo nos arredores do cantão suiço de Sankt Gallen. Não tinha...